Viver precisa voltar a ser essa experiência meio esquisita de deixar acontecer e me permitir sentir. A cabeça de planilha não conhece sentimento, ela sabe muito bem se aproveitar da sensação, mas não permite aprofundar as indeléveis nuances da condição humana.
Entre ser, ter e estar, fui esquecendo da minha constituição como ser que ama.
Agora espero por mais dias assim, ainda que confusos pelo caos do mundo, cheios de sol, calor, mar e alegria. Que as anestesias não sejam necessárias e que, quando existirem, tenham utilidade de delícia.
Me saber capaz da vida é uma dádiva sem fim, agradeço hoje por ter o que agradecer, por estar inteiro em mim mesmo (com todas as partes que faltam).
Quero continuar assim, com coração mole o suficiente pra acreditar, mas com casca o bastante pra me proteger.