Os grandes medos da falta tem me definido ultimamente. Poucos amigos sobraram, os amores declarados em tempos de suposta normalidade se tornaram frágeis e creio que se quebraram há tempos.
Talvez seja a hora de recomeços, de reconfigurações de alma. Os prazeres e desejos que nos uniam ficaram num ponto de história da qual eu não faço mais parte e, no fim, tudo bem. As recargas de amor, admiração e aceitação que vinham dos afetos depositados na confiança da rede de segurança se perderam, talvez tenhamos atingido nossos limites.
Eu falhei e falho nesse caminho, mas não posso deixar de enxergar o abandono que se fez presente. Não posso deixar de ver que a disponibilidade de colo escolhido já não existe. Por mais que não queira aceitar, as trocas minguaram, os segredos se perderam e as vontades se esvaíram.
Encastelado entre os hipsters e os velhos que reproduzem as minhas próprias chatices (talvez por isso me incomodem tanto), me vejo cansado de pedir socorro agarrado à minha boia para sobreviver aos fantasmas que não se espantam sem companhia.
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