Na madrugada abafada apesar da chuva, eis que decido por-me a escrever.
Ressoando em volume baixo, Chico me conta meu próprio desespero, minha angústia das sem razões da vida.
Amor próprio? Talvez tenha tido um pouco demais. Teria realmente sido amor? Finjo acreditar que "apego" define.
Me olho no espelho escuro e decido deixar de me vingar de mim mesmo, decido me provar meu, ainda que tudo esteja certo, "como 2 e 2 são 5".
Mas o desprezo persiste, porque seria tão difícil usar meu orgulho a meu favor? Talvez tenha dado qualquer vestígio de segurança junto com aquela esmola pouca e tímida. Se assim foi, deixei escorrer por entre dedos o que mais tentei segurar... e então? Aos desvarios dos loucos me submeto, quero ir baixo, me manter na sujeira com a simples finalidade de provar que sou melhor do que está ao redor. Contudo, quem se utiliza da lama acaba por adquirir suas manchas características e, com asco daquilo que também passou a ser meu, descubro que a limpeza nunca me pertenceu e que talvez eu nunca tenha sido mais do que aquilo que acreditava estar em conversão.
A saga segue, os dias se vão e ainda me encontro girando em torno da mesma falta de sentido.
Para quem não tem destino, qualquer lugar basta, serve, atende, está bom.
Mentira mais verdadeira, não existe.
[+] Caetano Veloso - Como 2 e 2
[+] Chico Buarque - Atrás da porta
[+] Chico Buarque - Eu te amo
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Um comentário:
ADorei seu comentário lá. Confesso que ainda não parei para ler suas postagens, aos poucos vou adentrando nele. E uma esponja esfoliante é um item indispensável para qualquer ser humano, rsrs. Beijão!
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