domingo, 9 de dezembro de 2012

Do repensar.

Queria, ao menos uma vez, dizer e sentir o que sou com segurança plena, sem os perigos das reavaliações.
Não tenho nada no sangue, não tenho alma uniforme e, como você já me disse um dia, tem muita água no meu céu, acabo por me adaptar ao envase oferecido.
Ultimamente o jarro do conformismo e da suposta e frágil paz tem sido o invólucro.
Dá pra quebrar?

[+] KT Tunstall - Other side of the world

sábado, 1 de dezembro de 2012

Das cartas que vou mandar.


Comprei essa garrafa enquanto ainda tentávamos.

Ela ficou ali no canto da minha sala, no que deveria ser um bar (que nunca se concretiza porque bebo tudo que compro), em adorno deslocado (como diria Clarice e não consigo pensar em expressão melhor pra definir).

Decidi que ela deveria ir até o dono original, um pouco pra tirar a presença (que hoje traz mais aconchego do que tristeza, sim, porque, passadas as loucuras da paixão bandida, a gente fica com o que foi bom), um pouco pra pedir perdão pela aspereza da última mensagem que te mandei e, ainda, um pouco pra colocar um ponto final nas minhas nostalgias de você.  Seriam saudades se eu acreditasse que, de alguma forma, o espaço que reservei seria preenchido.

Ainda te quero muito, mas não quero mais machucar ninguém, inclusive a mim mesmo. Não merecemos. Não saberia ser seu amigo. Não saberia esperar por você, não agora.

Enfim, receba o presente, foi comprado e guardado com muito carinho e com o meu melhor estou entregando.

Obrigado por tudo que me ensinou, desculpe pelos danos.

Fique em paz, que a vida te reserve todo o amor que você certamente merece.

Um afago como aquele que um dia te dei ouvindo “Just like heaven”.

Um grande beijo.

[+] The Cure - Just like heaven

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Das profundezas.

Aquela dor que dói baixinho
Que dói descontente
Que se dói sem bem saber.

[+] My best friend's wedding sountrack - The way you look tonight

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Da culpa.

E a culpa, meu caro, a culpa é sua, toda sua.

[+] Eliana Printes - Só vou gostar de quem gosta de mim

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Do sono.

Pois eu, por sê-lo, durmo o sono dos justos.  

[+] Nouvelle Vagos - Big Bang

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Do desapego.

Quando ele chega pelo telefone e as borboletas já morreram no estômago, significa que não restou muito das loucuras passionais.
Talvez por falta de energia, talvez por consciência da independência, talvez por puro e simples desapego. E só.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Da honestidade.

To be very honest, deep inside, i feel you wanna hurt me.

Dos desabafos indevidos.

Não, não se afaste. Sua distância corrói minhas entranhas e não sei o porquê dessa sensação de vazio.
A poucos dias a possibilidade de você sequer existia e minha ansiedade doentia agora te quer por perto a todo momento.
Não penso, sinto, ajo.
E agora vejo que você está se esvaindo por entre os dedos. Sua fluidez me assusta, seu narcisismo também. Como posso entender a alegria que causo se não vejo maia que a dor que te dei? Volte, volte pra mim.

Shakira - Que vuelvas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Das paixões.

À puta que pariu com seu abraço! Quero mesmo seu corpo, seu cheiro, sua boca. Quero sentir as borboletas no estômago e a vontade sem fim de te ter por perto. Quando te digo "feliz aniversário", rogo por sua presença, por seu apelo, por sua carência. Ainda assim, agora tão distante, te vejo aqui, naquela noite, aquela cena que nunca se concretizou. Quero uma vez novamente, quero de verdade, quero aqui, tudo, agora e sempre. [+] The cure - Let's go to bed.

domingo, 15 de abril de 2012

Dos domingos ensolarados.

Dizem por aí que a prática traz a perfeição. Enquanto você fica se lamentando pela falta de dinheiro, amores e afins, tem muita gente lá fora com um sorriso bobo no rosto, sendo velha e louca que nem a Mallu Magalhães.
Acho que me especializei na melancolia sem fundamento, bom, fundamento sempre tem, o truque é deixar de focar nele, tanta coisa boa nessa vida, não é mesmo, minha gente? E você fica no canto da varanda com suas frustrações pequeno burguesas.
Pois então, vou por o meu melhor vestido e fazer um vídeo clipe sorridente de uma música boba qualquer.
Achei a receita.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Das felicitações.

Do fundo do meu maior cansaço, consigo tirar de mim o mais doce desejo a quem quero bem.
Um sorriso que surge das lágrimas, resquício dos meus sonhos de aeromoço. Será?

terça-feira, 3 de abril de 2012

Dos infelizes não finais.

Não acabou, não está tudo bem.
Acomodar-se é um processo longo e doloroso que toma energia vital demais, ainda não pude decidir se esse é o caminho que devo seguir.
Olhando, assim, bem de longe, o que consigo ver é uma sucessão de acontecimentos sobrepostos sem muita digestão.
E o corpo (Ah, o corpo!) começa a cobrar os débitos que ficaram ali, jogados num canto. Moratórias não são infinitas, uma descoberta.
Para honrar os compromissos, financeiros ou não, tento descobrir um alicerce que anda escondido por uma pilha de escombros da desorganização ampla e irrestrita levada a cabo por tanto tempo.
Limpar tudo dá um trabalho que nunca imaginei, mas prensar e jogar um monte concreto por cima provoca uma certa inconsistência daquilo que deveria ser fundação.
Nessas horas só entendo que a corda não pode ir muito mais longe.

[+] Mika - Happy ending

sexta-feira, 23 de março de 2012

Das confissões que fiz.

"You're imposible to forget, but hard to remember. Desculpa, eu só preciso compartilhar, tenho pensado muito em você. Se cuida. Beijo".
Pelo menos agora não é só mais meu.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Das mensagens que não mandei.

Você é a primeira pessoa que ocupa ainda algum espaço e não é lembrada por mim quando escuto alguma coisa sofrida cantada pela Bethânia.
É assim, dói diferente.

[+] Maria Bethânia - Você não sabe

terça-feira, 20 de março de 2012

Das cartas que não mandei.

Meu caro,
A cada dia é menos difícil não ter sua perspectiva, não ter sua idéia presente, não sonhar nas intermináveis conversas sobre tudo, sobre nada, você, eu, nós.
Aliás, acho que nunca houve um nós. Que clichê mais patético, eu digo sozinho, mas a cada vez que escuto "Futuros Amantes" e não me deixo passar do terceiro verso na repetição, percebo que você ainda existe aqui (ou a idéia de você).
Nosso problema é que eu fiz destes encontros um simples compartilhamento de idéias um do outro, uma coisa meio disforme que nunca refletiu a realidade de qualquer dos dois. A minha, porque não mostrei, a sua, porque eu não quis ver.
E de repente Nina me arrebata com seu spell e me esqueço disso tudo. Lembro só do seu toque, do seu carinho, do seu corpo, do seu sorriso, do seu jeito de sorrir com o canto da boca, com um cigarro na mão e uma stella na outra.
Não, não vou mandar esse poço de admiração e carência, digo outra vez, mas o que se passa quando a carência se vai e eu ainda penso em você?
Uma paixão torta que poderia ser um amor torto e gostoso. Só que não.
A cada dia é menos difícil e num destes vai passar.