sábado, 21 de junho de 2008

Do lar alheio.

Jogavam incompreensivelmente aquele emaranhado de cartas que parecia significar nada. Algo mais estava envolvido naquele ocaso, a falta relações aparentes pouco a pouco se revelava falsa e demonstrava ser algo mais profundo. Conhecendo as pessoas que ali estavam, parecia enganar-se com a possibilidade de que algo seria de fato frutífero em tudo aquilo, entretanto, sentia-se em casa. Havia muito que não conseguia circundar-se de um ambiente familiar, ainda que tão alternativo quanto aquele e percebia que precisava disso, o aconchego e carinho maternais lhe faziam tanta falta quanto o que mais almejava naquele momento: que um dia conseguisse ser tão feliz com seus próprios correlatos.
O desequilíbrio o fazia querer mais e mais aquele abraço apertado e distante, sabia agora que podia dá-lo, enfim havia se infiltrado em camadas mais interiores daquele ser que tanto apreciava e que parecia precisar de tanto cuidado. Logo foi agradecendo-lhe, pela oportunidade de convívio que toda a situação havia proporcionado, o fato é que queria agradecer por mais, desejava dizer o quanto aquilo era importante e que se sentia feliz por haver partilhado seus momentos de intimidade tão únicos.
Agora podia entender as duas faces da moeda, na verdade, de duas moedas: a sua e a de outrem; quatro faces então. Seriam iguais? Diria que não, porém muito parecidas sob o espectro do mundo obscuro dos sentimentos verdadeiros.

[+] Don Patridge - Breakfast on Pluto
[+] The Cranberries - Ode to my family

[Bru, nosso].

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