sábado, 12 de setembro de 2020

De espantar os fantasmas.

Seja com grito, sorriso ou gargalhada, não importa. Os trabalhos de espanto vieram mesmo pela entrega do sentir, do afeto, do toque, do cafuné no cachorro.

Viver precisa voltar a ser essa experiência meio esquisita de deixar acontecer e me permitir sentir. A cabeça de planilha não conhece sentimento, ela sabe muito bem se aproveitar da sensação, mas não permite aprofundar as indeléveis nuances da condição humana.

Entre ser, ter e estar, fui esquecendo da minha constituição como ser que ama.

Agora espero por mais dias assim, ainda que confusos pelo caos do mundo, cheios de sol, calor, mar e alegria. Que as anestesias não sejam necessárias e que, quando existirem, tenham utilidade de delícia.

Me saber capaz da vida é uma dádiva sem fim, agradeço hoje por ter o que agradecer, por estar inteiro em mim mesmo (com todas as partes que faltam).

Quero continuar assim, com coração mole o suficiente pra acreditar, mas com casca o bastante pra me proteger.


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