domingo, 28 de junho de 2020

Dos outros que foram os mesmos.

Os grandes medos da falta tem me definido ultimamente. Poucos amigos sobraram, os amores declarados em tempos de suposta normalidade se tornaram frágeis e creio que se quebraram há tempos.

Talvez seja a hora de recomeços, de reconfigurações de alma. Os prazeres e desejos que nos uniam ficaram num ponto de história da qual eu não faço mais parte e, no fim, tudo bem. As recargas de amor, admiração e aceitação que vinham dos afetos depositados na confiança da rede de segurança se perderam, talvez tenhamos atingido nossos limites.

Eu falhei e falho nesse caminho, mas não posso deixar de enxergar o abandono que se fez presente. Não posso deixar de ver que a disponibilidade de colo escolhido já não existe. Por mais que não queira aceitar, as trocas minguaram, os segredos se perderam e as vontades se esvaíram.

Encastelado entre os hipsters e os velhos que reproduzem as minhas próprias chatices (talvez por isso me incomodem tanto), me vejo cansado de pedir socorro agarrado à minha boia para sobreviver aos fantasmas que não se espantam sem companhia.


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